quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Prelúdio à fruição (André Luiz Oliveira)

 

A inspiração é pouca e a fome muita

Não desejo as frases, não as sinto minhas.

Não perderei tempo valorando os vibratos das rimas,

Iludir-me atribuindo as variáveis da equação cansada da métrica.

Uma necessidade carnal me consome o sentimento das coisas

Que não posso tragar e mastigar.

Quero desobrigar-me da crítica caçadora de sintaxes,

Sentir o meio-dia adiantado aliciar meu estômago

Lubrificar a organicidade maquínica do meu intestino

Com farinha, feijão, um pedaço de carne, suco feito às pressas

Ou água mesmo, e sua limpidez duvidosa.

Abastecido, mandarei às favas os bons tons e a cerimônia retórica

Que bucho vazio não vinga poesia colorida.



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2 comentários:

Ecristio disse...

hehehehehehe de fuder!!!!!!!!

Educação e Cultura disse...

esse é o melhor. do caralho!